quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sentir medo

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Sentir medo

Há que se dormir
como dormem as noites.
Aninhando,
do poente ao nascente,
o mundo e seus pertences,
apenas para o repouso.
Baixar as pálpebras
-asas que acordam sonhos.
E sem se surpreender
com os enigmas da treva, dormir.
Dormir como dorme a noite:
sem se assustar com os pios inusitados
que cortam os escuros até os fantasmas.

Bartolomeu Campo Queirós

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