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A história se passa na Alemanha Nazista. Ela é narrada pela Ceifadora de Almas. Vale à pena ler o livro e assistir o filme. Simplesmente fascinante. Gostei de ambos. Foi muito difícil selecionar alguns trechos, visto que o livro nos prende do início ao fim.
Primeira parte do livro - Morte narrando
"Uma pequena teoria
As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los."
Pág.10
A Morte está narrando dos Campos de Concentração
"Quando seus corpos acabavam de vasculhar a porta em busca de frestas, as almas subiam. Depois de suas unhas arranharem a madeira e, em alguns casos, ficarem cravadas nela, pela pura força do desespero, seus espíritos vinham em minha direção, para meus braços, e galgávamos as instalações daqueles chuveiros, escalávamos o telhado e subíamos para a largueza segura da eternidade. E continuavam a me alimentar. Minuto após minuto. Chuveiro após chuveiro."
Pág 305
A Morte narra como recebeu a alma de judeus mortos por Hitler
"Por favor, acredite quando lhe digo que, naquele dia, peguei cada alma como se fosse um recém-nascido. Cheguei até a beijar alguns rostos exaustos, envenenados. Ouvi seus últimos gritos entrecortados. Suas palavras evanescentes. Observei suas visões de amor e os libertei de seu medo. A todos levei embora e, se houve um momento em que precisei de distração, foi esse. Em completa desolação, olhei para o mundo lá em cima. Vi o céu transformar-se de prata em cinza e em cor de chuva. Até as nuvens tentavam fugir. Vez por outra, eu imaginava como seria tudo acima daquelas nuvens, sabendo, sem sombra de dúvida, que o Sol era louro e a atmosfera interminável era um gigantesco olho-azul. Eles eram franceses, eram judeus, e eram você."
Pág. 306
...
"As árvores eram altas e triangulares.Permaneceram caladas. Liesel tirou da bolsa A Sacudidora de Palavras e mostrou uma página a Rudy. Nela havia um menino com três medalhas penduradas no pescoço. -"Cabelos da cor de limões"- leu Rudy. Seus dedos tocaram as palavras. -Você falou de mim com ele? No começo, Liesel não conseguiu dizer nada. Talvez fosse a súbita turbulência do amor que sentiu por ele. Ou será que sempre o tinha amado? Era provável. Impedida como estava de falar, desejou que ele a beijasse. Quis que ele arrastasse sua mão e a puxasse para si. Não importava onde beijasse. Na boca, no pescoço, na face. Sua pele estava vazia para o beijo, esperando. Anos antes, quando os dois haviam apostado corrida num campo lamacento, Rudy era um conjunto de ossos montados às pressas, com um riso irregular e hesitante. Sob o arvoredo, nessa tarde, era um doador de pão e ursinhos de pelúcia. Um tríplice campeão de atletismo da Juventude Hitlerista. Era seu melhor amigo. E estava a um mês de sua morte. -É claro que falei de você com ele - disse Liesel. Estava se despedindo, e nem sabia."
Pág. 448
...
"UMA ÚLTIMA NOTA DE SUA NARRADORA
Os seres humanos me assombram."
Pág 478
A menina que roubava livros - Markus Zusak
Editora Intrínseca Ltda,2007 - RJ
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