domingo, 12 de fevereiro de 2017
Epígrafe
Epígrafe
Murmúrio de água na clepsidra gotejante,
Lentas gotas de som do relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre...
Homem, que fazes tu? Para que tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?
Procuremos somente a Beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa...
(Eugênio de Castro. Antologia pessoal da poesia portuguesa)
Imagem via page Vida Líquida do Face.
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