domingo, 15 de junho de 2014

Trechos do Livro "A Sombra do Vento"


"Nós existimos enquanto alguém se lembra de nós."

Imagem: Google


"Enquanto eu percorria túneis e túneis de livros na penumbra, não pude evitar que me invadisse uma sensação de tristeza e desânimo. Não podia evitar pensar que se eu, por puro acaso, tinha descoberto todo um universo num só livro desconhecido na infinidade daquela necrópole, dezenas de milhares de outros livros ficariam inexplorados, esquecidos para sempre. Sentia-me rodeado por milhares de páginas abandonadas, de  universo e almas sem dono, que se fundiam em um oceano de escuridão enquanto o mundo palpitava do lado de fora daquelas paredes perdia a memória sem perceber, dia após dia, sentindo-se mais sábio quanto mais esquecia."
Página 64



"Os livros são espelhos: neles só se vê o que possuímos dentro."
Página 174



"As vezes nós pensamos que as pessoas são como décimos de loteria: que estão aí para concretizar nossas absurdas ilusões."
Página 294


"Nada alimenta o esquecimento como uma guerra, Daniel. Todos nos calamos e as pessoas se esforçam para nos convencer de que o que vimos, o que fizemos, o que aprendemos sobre nós mesmos e sobre os demais é uma ilusão, um pesadelo passageiro. As guerras não tem memória e ninguém se atreve a decifrá-las, até não restarem mais vozes para contar o que aconteceu, até que chega o momento em que não as reconhecemos mais e elas retornam, com outra cara e outro nome, para devorar o que restou."
Página 351



(Livro: A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón - RJ: Objetiva - 2007)



Um comentário:

  1. Achei extremamente interessante o comentário ou resenha sobre a obra " A sombra do vento",
    com certeza é uma dica valiosíssima , vou ler. Obrigada!
    Grande abraço!

    ResponderExcluir